William “Red” Garland nasceu em Dallas, Texas, EUA em 13 de maio de 1923.
Esse músico autodidata estabeleceu uma reputação de renome, sendo um dos principais pianistas da década de 50.
O piano não foi o instrumento inicial na vida de Garland. Â Ele veio de uma família não-musical e seu primeiro instrumento foi o clarinete, seguido do sax. A escolha pelo piano só aconteceu em 1941 no Exército, quando tinha 18 anos.
Naquela época, antes de entrar para as fileiras do Exército, Red Garland teve uma passagem curiosa pelo boxe. Foi lutador meio-médio e até lutou com o famoso Sugar Ray Robinson.
Houve um tempo em que ele teve que optar por uma das duas carreiras. O jazz ganhou um improvisador fértil com estilo próprio e inovador, já o boxe perdeu um pugilista meio-médio e seguiu seu caminho nos ringues.
Embora autodidata, Red desenvolveu um estilo sólido. Aos 22 anos fez seu primeiro show no piano. Daí em diante conquistou prestígio profissional.
Em 1947, aos 24 anos, iniciou um período fértil no Clube Blue Note, na Filadélfia, o principal local para o jazz moderno naquela cidade. Por lá passaram diversos músicos de diferentes épocas do jazz.
Pelo início dos anos 50 a reputação de Garland com o público era forte o suficiente para ele conseguir trabalho como líder de um trio.
Com respaldo no blues, que influenciou diversos pianistas, inclusive Bill Evans, Red Garland aperfeiçoou o estilo “block chord†– uso de ambas as mãos em todas as notas da melodia.
Nesse disco, lançado em 1957, encontramos um quarteto forte e espirituoso. Um excelente exemplo do que pode acontecer com os músicos certos, na hora certa.
Gravado em 23 de agosto de 1957, este grupo conta com o amadurecimento de John Coltrane, na época com 30 anos.
No entanto, o que marca esse disco é o desempenho do baixista Paul Chambers, na época com 22 anos, incomparável para aquele tempo.
Seu ritmo impecável alimentava uma harmonia única nas notas do piano. Ele sabia como construir uma melodia lenta, em especial de blues menor.
Muitas vezes fica a impressão de que ele interpreta uma Música como se fosse pintar um quadro, primeiro cria o plano de fundo e depois solta seu fraseado colorindo a tela, com uma série de acordes doces e agradáveis.
Garland aposentou-se e continuou realizando shows em sua cidade natal no clube chamado, apropriadamente, The Recovery Room (A Sala de Recuperação) até a sua morte, por ataque cardíaco aos 60 anos, 23 de abril de 1984.
O estilo de Red Garland se tornou amplamente conhecido e imitado até hoje.
Não existe ouvinte de jazz e sim colecionador, pois é impossível ouvir um só.
Músicas:
01. Traneing In
02. Slow Dance
03. Bass Blues
04. You Leave Me Breathless
05. Soft Lights and Sweet Music
Músicos:
John Coltrane (sax)
Red Garland (piano)
Paul Chambers (baixo)
Art Taylor (bateria)
Ouça abaixo o programa na íntegra.
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