PAULINHO DA VIOLA X BENITO DI PAULA

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Paulinho da Viola
No mundo do samba, existem diversas pOláªmicas entre compositores. Embora nem sempre os desentendimentos sejam comprovados por seus protagonistas, o público não deixa de especular. Foi exatamente isso que aconteceu com “Argumento”, de Paulinho da Viola.

Lançada em 1975, a canção falava sobre a descaracterização do samba em relação ao ritmo e seu instrumental. Confira: “Tá legal Tá legal, eu aceito o argumento Mas não me altere o samba tanto assim Olha que a rapaziada está sentindo a falta De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim Sem preconceito ou mania de passado Sem querer ficar do lado de quem não quer navegar Faça como um velho marinheiro Que durante o nevoeiro Leva o barco devagar”.

Naquela época, a bossa nova – gênero que foi definido como uma vertente do samba – já havia estourado havia duas décadas.

No mesmo período o artista Benito di Paula despontava com um samba tocado ao piano. Lançado em 1973, dois anos antes da composição de Paulinho, “Retalhos De Cetim” foi um dos maiores sucessos de Benito.

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Benito de Paula
Surge então o boato de que Paulinho referia-se a esta Música. “Ensaiei meu samba o ano inteiro Comprei surdo e tamborim Gastei tudo em fantasia Era só o que eu queria E ela jurou desfilar pra mim, Minha escola estava tão bonita Era tudo o que eu queria ver, Em retalhos de cetim Eu dormi o ano inteiro E ela jurou desfilar pra mim Mas chegou o carnaval E ela não desfilou, Eu chorei na avenida, eu chorei Não pensei que mentia a cabrocha Que eu tanto amei”.

Paulinho, por sua vez, jamais afirmou que escreveu o seu samba para Benito. Diante do contexto dos anos 1970, o sambista claramente questionava o que o samba realmente era após tantas manifestações que se definiam como um braço do gênero, mas sem acusar ninguém. Apesar disso, Benito lança também “Não Me Importa Nada”, Música que parecia retrucar, em ritmo carnavalesco, as opiniões de Paulinho. “Já não tenho hora, já perdi meu sono Não me importo nada, eu lhe abandono Já não tenho hora, já perdi meu sono Não me importo nada, eu lhe abandono Você me aborrece, com opiniões Você nem merece, nem me ver passar Você quer que eu fale, mas eu vou dizer Olha, eu só tenho que ter Pena de você Você está perdido, se perdeu no tempo Da cabeça aos pés, tá cheio de vento Faça alguma coisa, deixa a gente em paz Olha o campo verde, é todo seu, rapaz!” (Fonte: Catraca Livre)

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